10 de mai. de 2010

Divagações de um filho

"Por que se deixam entre os dentes as coisas importantes, tantas palavras que não usamos mais?" (Laura Pausini)



O dia das mães passou. Nem me lembrei de dar um beijo em minha mãe. Agarro-me a desculpa de que se trata apenas de um feriado, cujo fim é puramente comercial. As lojas na minha cidade, por exemplo, tiveram horários especiais para atender a massa consumidora, influenciada pelo bombardeio publicitário dos veículos de comunicação. "Sua mãe merece!" ou "Demonstre seu amor, compre ..." são exemplos de frases de efeito que agem no inconsciente das pessoas. Mas, não pretendo fazer um estudo sobre o comportamento da sociedade contemporânea, mesmo porque o assunto renderia uma tese de doutorado e, agora, não é o caso. Ísso foi só uma observação minha.

A questão principal aqui é a minha falta grave e eu creio que o comércio, ou a sociedade capitalista, não tem nada a ver com isso.

Eu poderia escrever mil vezes que amo minha mãe para compensar o erro, mas o ato de digitar repetidamente a mesma sequência de caracteres não significa nada, assim como todas as formas humanas de tentativas de redenção. O próprio Deus provou isso, enviando seu próprio Filho para morrer por todos. Não havia alternativas. As criaturas insistiam em errar constantemente, só um amor incondicional poderia trazer esperança. A prova de amor foi entregue há mais de dois mil anos atrás e muitos ainda a rejeitam. O amor de mãe segue uma linha parecida a do amor divino.

Sou adulto, creio que posso "me virar" sozinho, porém ainda ouço frases típicas como: "Você comeu bem?", "Não saia sem o agasalho!", entre outras.

Sabe o pior de tudo isso, caro leitor? Eu acharia muito estranho se essas perguntas desaparecessem do meu dia-a-dia. Pra falar a verdade, não suporto a idéia de um dia não ouvi-las mais. Acho pouco provável que outra pessoa possa se dedicar à minha vida tão intensamente como minha mãe o faz. Um pouco egocêntrico de minha parte, confesso.

É muito difícil falar sobre minha mãe, pois há muitas coisas a dizer. Não consigo exprimir em palavras. Uma crônica como essa seria uma boa chance de tentar, mas não quero escrever qualquer coisa. Um texto produzido em alguns minutos dificilmente seria bom o suficiente para dar conta do assunto proposto. Queria fazer muito mais do que simplesmente dizer: "Te amo". Considero essa expressão fraca demais se não houver uma prova que a respalde.
Me sinto constrangido nesse momento, pois um pensamento me veio a mente: "Será que estou dando provas, ou, pelo menos, retribuindo a esse amor?"
O que tenho por certo dentro de mim é a verdade de que não sei se saberei viver sem minha mãe.

2 comentários:

  1. Eurídice e Edvaldo .20 de maio de 2010 às 18:59

    Irmão !!! AMEIIII... Me vi na Cronica ... ( Como mãe ) e veio lágrimas em meus olhos !!! Acho todos os filhos ( eu tbm o sou !!!) sentem -se assim : sem saber como dizer : Eu te amo , mãe ...VC escerve muito bem . Parabéns !!!
    Abraços : Eurídice .

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  2. Diego Souza.

    Fala Dinoê tudo na Paz querido?
    Em primeiro lugar quero te agradecer por
    dar uma passada no meu Blog e ter comentado
    lá tbm viu?
    È mto gratificante quando seu trabalho é valorizado de uma certa forma.
    Deus te Abençoe e Continue te abençoando
    em sua vida.
    Mto graciosas suas palavras sobra as mães
    Deus Abençoe e Graça e Paz!!

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