21 de abr. de 2012

Até aqui

Dinoê Urbano / César Serrazes
Não errei o suficiente.
Não andei o suficiente.
Não amei. Não voei. Não cai.

Duvidei. Hesitei. Temi.
Acreditei, mas permaneci.
Transgredi e me arrependi.


Carrossel de voltas viverá
sem que eu nele suba.


Qual será
O meu próximo passo na grande roda?
Eu vi o que havia ou havia mais?
Para ser visto e agarrado com todos os dedos, toda a vontade.

Esse será 
O meu próximo passo na infinita rota:
Errar mais, andar mais, amar.
Voar e cair, e levantar.

Duvidar para reconhecer.
Hesitar para prosseguir.
Acreditar ou não, abrir o peito e os braços
Feito asas para pular.

Carrossel de voltas, cavalos decorados
Para a apresentação sempre igual.
Mundo de gente que não é multidão, é um cada um:
Posso apertar todas as mãos, cumprimentar todos os rostos?

O que é que eu posso
Senão errar e acertar?



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